terça-feira, 24 de abril de 2007

O Cravo Vaidoso










Havia um cravo vaidoso


Que de tudo se gabava


Falado com pompa de Abril


Porque só ele lá estava.






Os outros cravos sorriam.


Na lapela ou no canteiro


Tentado não dar ouvidos


à basófia do companheiro.






O cravo se tão vaidoso


Contava á sua maneira


Aquilo que se passara


Sem dar sinais de canseira.




Nos canos das espingardas


Era sempre ele que estava


Enquanto os outros murchavam


Segundo a si«ua palavra .






Veio então a D.Hortência,


florista encartada,


que acabou com a vaidade


Do cravo que se gabava.






E falou dos outros cravos


Que ajudaram à festa


saídos da sua loja


aos molhinhos numa certa.






Mas será que há sempre alguém


A puxar para si os louros


Dos feitos que são de todos


Valendo como tesouros ?






O cravo ainda viçoso


Mais vermelho se tornou


Mas agora de vergonha


Com as palavras que escutou.





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